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Pedro Ferreira, Head of Payments & Consumer Credit (até 2022)

A revolução em marcha nos pagamentos de compras

As mudanças ocorridas nos pagamentos de compras na última década tiveram origem em vetores condutores da sociedade que se autodinamizam em função das necessidades evolutivas do consumo, produzindo transformações radicais disruptivas dos ciclos tradicionais. Vejamos cada um desses vetores:

  • Tecnologia – Digitalização dos pagamentos, como sejam o advento dos cartões virtuais e pagamentos tokenizados, que garantem a mesma autenticação segura com os seus próprios criptogramas (ApplePay, GooglePay, FitbitPay, GarminPay, etc.). Estes novos players têm duas grandes vantagens sobre os tradicionais. Em primeiro lugar, a portabilidade do dispositivo gerador do criptograma (telemóveis e outros dispositivos wearbles), já presente no utilizador. Em segundo, o conhecimento e fidelização do consumidor conseguidos através da contratualização prévia dos serviços da sua oferta tradicional (telecomunicações, apps móveis, serviços on-line, equipamentos eletrónicos, utilities várias, etc.).
  • Legislação – A liberalização do mercado do processamento no setor dos pagamentos, imposta pela União Europeia através das iniciativas Open-Banking, e a normalização da autenticação na norma PSD2, trouxeram dois grandes facilitadores da democratização desta atividade, tanto no processo operativo dos pagamentos por entidades não presentes no sistema convencional interbancário, como na obtenção da informação financeira do cliente.
  • Mercado – O fenómeno da concentração e/ou crescimento de lojas on-line, que produziu gigantes como a Amazon, a Alibaba e outras, qualquer delas com uma posição dominante, abriu a possibilidade e gerou a capacidade (sendo entidades com volumes impensáveis de liquidez) de controlarem todo o processo de venda, desde o consumo até ao crédito. Primeiramente, através de fintechs como a Tencent, numa segunda fase a AliPay e, mais recentemente, a Ant Credit.

Com as limitações que o setor bancário enfrenta, designadamente a manutenção de rácios difíceis de cumprir face a 15 anos de margens de intermediação quase inexistentes, e a estabilidade nas paridades cambiais, a que acresce o surgimento de novos agentes financeiros modestamente regulados, ou, no caso de fintechs com ofertas Buy Now Pay Later, sem qualquer tipo de regulação, está criado o cenário para o desvio do crédito ao consumo para os merchants. Sendo que estes fecham o ciclo completo do processo de venda. Esta tendência tem sido adiada na Europa e nos Estados Unidos com a legislação, e na China, de uma forma mais marcial, como assistimos através da proibição do IPO do Ant Group.

Face a estes desenvolvimentos, a Asseco criou soluções que permitem a concessão de crédito nos pagamentos em todos os cenários de autorização, quer nos casos em que o merchant tem uma relação de representação de serviços financeiros com uma entidade do setor (típico dos pagamentos com cartões co-branded ou private-labeled), quer em situações de broadmarket – seja com compras em e-commerce ou com cartão físico em TPA.

O ecossistema das compras terá, num futuro muito próximo, uma dinâmica muito diferente da experiência que o consumidor tem hoje em dia. As entidades financeiras poderão oferecer modalidades de compras no ato de pagamento, com opções calculadas em real-time em função do produto adquirido, campanhas de fidelização, cross-selling com produtos de aforramento ou outros, risco de cliente, etc. Não existirão seguramente limitações técnicas à imaginação da oferta dos serviços financeiros e este será o veículo que impedirá outros setores de concorrerem nesta oferta.

 
Pedro Ferreira
Head of Payments & Consumer Credit (até 2022)

Pedro Ferreira, é licenciado em gestão de empresas pela Universidade Internacional e em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona.

Ingressou a carreira no sector financeiro em 1991. Percorreu 3 instituições financeiras em Portugal em diversas áreas de actuação, quer na banca de retalho, quer em Banca de Investimento.

Participou em diversos projectos de concepção de sistemas no sector, quer enquanto na Banca, quer em consultoria na industria. Foi diversas vezes formador no IFB e ISFB.

De 2013 a 2022 foi responsável pela área de pagamentos e crédito ao consumo na Asseco PST.